quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Carcterização Fisica

Geologia de Esposende

A costa do Concelho de Esposende é uma área de evolução rápida e de frágeis equilíbrios, na qual durante os últimos 3 anos, tem ocorrido intensa erosão, que afecta a integridade do cordão dunar frontal e a existência das próprias praias. Os valores elevados de recuo das arribas talhadas nas dunas e de perda sedimentar das praias emersas, tem colocado em perigo as explorações agrícolas na retaguarda dos sistemas dunares, e alguns prédios urbanos construídos sobre o cordão dunar frontal.
- Os afloramentos nas praias de S. Bartolomeu do Mar, Belinho e Castelo do Neiva que constituem um ponto de interesse na paisagem costeira principalmente na maré baixa.
- As dunas, areia acumulada pelo vento de formas diferentes no limite interior das praias. (dunas frontais, parabólicas…)
Os sedimentos da praia a norte da foz do Cávado predominam a areia média a grosseira e seixos, enquanto que nas praias a sul a classe dominante é areia média a grosseira.
Nos seixos predominam os quartzitos, embora com origens diferentes. Alguns são provenientes dos afloramentos rochosos emersos, mas outros não têm equivalente nas áreas emersas, sendo provavelmente provenientes dos afloramentos rochosos submersos, existentes na plataforma continental. As areias são essencialmente quartzosas. O tipo de sedimentos das praias a norte do Cávado (seixos) parece mostrar que a sua actual alimentação resulta do desmantelamento de paleodepósitos de areias e seixos, situados na prépraia e sob a praia propriamente dita. Durante a última década, a orla costeira teve uma taxa de recuo superior a 3m/ano, chegando, mesmo, a atingir a dezena de metros nas zonas de galgamento de Belinho e de Mar.

Geomorfologia

As praias arenosas da zona costeira de Esposende, ocupando uma faixa de cerca de 14km de comprimento segundo uma orientação geral N-S, desde a foz do rio Neiva até à Apúlia, têm sofrido erosão acentuada, e sido, gradualmente substituídas por praias de seixos, cuja permanência é, agora, uma constante desde praia a Foz do Neiva até Cepães. Esta zona costeira foi dividida em diferentes características geomorfológicas: Foz do Neiva; Belinho-Mar; Mar- Rio de Moínhos-Cepães-Esposende; Foz do Cávado-Restinga de Ofir; Bonança-Cedovém; praia de Apúlia.
Podemos dizer que existem quatro tipos principais de morfologia:
1) Praia arenosa intermédia, com berma, cúspides na face da praia e bancos arenosos associados a regueiras;
2) Praia arenosa de baixo declive, berma de largura reduzida ou inexistente, face da praia aplanada e, por vezes, alguns bancos associados a regueiras pouco desenvolvidas;
3) Praia mista (seixos+areia), berma reduzida, face da praia com declive reduzido e com pequenas cúspides de seixos e areia;
4) Praia de seixos com declive elevado (0.13), com uma crista de seixos (com altura de 4 a 5m) paralela à arriba talhada na duna frontal e cúspides na parte superior da face da praia.
No interior de Esposende temos o Monte de Faro (Palmeira de Faro) e o Monte de São Lourenço (Vila-Chã) que se encontram integrados numa unidade geomorfológica designada como arriba fóssil. Esta zona é designada por plataforma alta - pertencente à arriba mais antiga e que se prolonga desde o rio Neiva até ao Cávado
Em Forjães encontram-se granitos e granodioritos de grão médio, porfiróides, com duas micas. Apesar do granito de duas micas dominar pode ocorrer variação percentual e aparecer uma fácies mais biotítica com ou sem moscovite ou vice-versa. Estas rochas fazem parte do grupo de granitóides com plagioclase cálcica, sin-orogénicos, ante a sintectónicos.
Na região de Castelo de Neiva encontra-se outra variedade de rocha granítica. O granito é de grão grosseiro e duas micas. Apresenta textura hipidiomórfica granular, com ligeira deformação e fracturação.
Podemos concluir que no concelho de Esposende existe dois tipos de geomorfologia, no interior do concelho temos o granito como principal rocha, porém, na zona do litoral verificamos que o granito do interior deu lugar à rocha de origem marítima e a solos ricos em areia e seixos.

Hidrografia

O Concelho de Esposende é atravessado por dois rios no sentido nascente/poente. A norte pelo Rio Neiva, um rio ainda jovem, e mais a sul pelo rio Cávado. No entanto, não podemos esquecer todos os pequenos e médios cursos de água que contribuem para o aumento do caudal destes rios principais do concelho de Esposende.
O Rio Cávado
O rio Cávado é um rio inteiramente português porque nasce, corre e desagua em solo nacional, nasce na serra do Larouco e desagua no oceano atlântico, na cidade de Esposende. É o mais importante do concelho tem 118Km de extensão e é actualmente navegável até à Barca do Lago, 6 km a montante da Foz. A bacia hidrográfica do rio Cávado é limitada, a Norte, pela bacia hidrográfica do rio Lima e, a Este e Sul, pelas bacias dos rios Douro e Ave. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Cávado apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos na ordem de 1180 hm3. As barragens ao longo do seu curso alteraram o escoamento das águas e os bancos de areia na sua disposição.
O Rio Neiva

O rio Neiva está localizado entre a bacia dos rios Lima e Cávado, nasce na serra do Oural, concelho de Vila Verde e desagua em Castelo do Neiva, num percurso aproximadamente de 40Km passa por terras de Ponte de Lima, Barcelos, Viana do Castelo e Esposende, concelhos que dividem a sua foz. Percorre uma distância de 46 Km, e tem como afluentes mais importantes, na margem direita, temos o rio Nevoinho que nasce em Fojo - Lobal, passando por terras de Cabaços, Piães, Navió e Posares no concelho de Ponte de Lima. Na margem esquerda há dois afluentes importantes que vêm do lado do monte de S. Gonçalo e que desaguam no Rio Neiva, na freguesia de Fragoso. A bacia hidrográfica do rio Neiva fica localizada na região Norte de Portugal.

Os principais ribeiros afluentes são os de Rodilhões e da Reguenga na margem direita e o de Caveiro na margem esquerda, desaguando em Esposende.

1.3.4 Caracterização climática

O mar influencia o clima do concelho que, ao longo do ano, apresenta uma temperatura moderada, muito húmida e grande valor de pressões atmosféricas, especialmente nas freguesias mais próximas do litoral.
No Inverno, a temperatura não é demasiado baixa, estando dependente do vento, principalmente, do quadrante Norte que provoca um acentuado arrefecimento. Chove muito e os temporais que assolam a costa são originados por depressões atmosféricas. Os nevoeiros vêm do interior. Com a chegada da Primavera, a temperatura torna-se mais acolhedora e aparecem as "trovoadas de Maio". A água do mar apresenta-se mais fria. No litoral, as geadas são de pouca intensidade, contudo, surgem com alguma frequência nas terras do interior, principalmente nos meses de Abril e Maio, afectando as culturas.
O Verão é a estação mais seca do ano apesar da massa de ar quente e húmida, arrastada pelos ventos marinhos de Sul e Oeste que dão origem ao nevoeiro que se instala apenas na zona costeira.
No Outono o frio começa a fazer-se sentir, trazido pelos ventos do Norte e Nordeste.

Temperatura

As temperaturas mínimas situam-se entre 8 e 10ºC, para as médias anuais
temos 10 a 12ºC e as máximas entre 18 e 20ºC.

- Radiação solar e Insolação

Em termos de radiação a região de Esposende varia entre 1550 e 1600Kwh/m², diminuindo de valor do litoral para o interior.

Nevoeiro

No Verão são muito frequentes os nevoeiros, sobre os rios, sobre os lagos e sobre o mar ao longo de todo o litoral, principalmente nas primeiras horas do dia, devido à atmosfera arrefecida.
Estes nevoeiros por vezes tornam-se tão persistentes e só começam a dissipar-se a meio da tarde.
- Vento

Em Esposende os ventos predominantes são supostamente do quadrante Norte. O número de dias de calma absoluta ou em que se registam ventos muito fortes, são reduzidos.
Em áreas litorais ocorrem ventos locais designados por brisas, devido às diferenças de temperatura existentes entre a terra e o mar. As brisas podem ser marítimas, vão do mar para a terra e ocorrem pelas manhãs, sendo frescas, ou terrestres, vão da terra para o mar e ocorrem à noite, sendo muito mais frias.
Os ventos de Noroeste sopram sobretudo nos meses de Verão, os quais são designados por nortada.

Fauna e Flora

Flora a vegetação das dunas é fundamental pelo seu papel decisivo na fixação das areias. Aqui se encontramos espécies como o cardo-marinho, o estorno e os cordeirinhos-da-praia. Nas zonas de transição para o mato surgem algumas espécies exóticas como o chorão e a acácia, e mais para o interior temos o pinheiro-bravo.
A flora é constituída por: pinheiros bravos, carvalhos, amieiros, salgueiros brancos, faias, mimosas, algas, fetos e lírios.

Fauna há uma predominância da avifauna, sendo observáveis diversas espécies migradoras e residentes como a garça-real, o pato-real e o guarda-rios comum. A lampreia, a enguia, o robalo e a tainha são os mais abundantes.

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